Apesar da baixa adesão das pessoas mais velhas, a vacinação está chegando na reta final e, com isso, existe a perspectiva da população viver dias mais calmos
Após um ano e seis meses do início da pandemia de Covid-19 no Brasil, todos os setores da economia e da sociedade tiveram que se adaptar e mudaram as suas rotinas. Diferentes segmentos da economia, especialmente a área do turismo, foram diretamente afetados, assim como o sistema de saúde.
No geral, foi registrada a piora na saúde mental das pessoas. Segundo uma pesquisa realizada pelo instituto de pesquisas Datafolha e divulgada em setembro de 2021, quatro em cada 10 brasileiros relataram problemas psicológicos como ansiedade ou depressão desde o início da pandemia.
Desde março de 2020 e até setembro de 2021, foram contabilizadas 593 mil mortes no Brasil em decorrência da doença. Apenas na região Sul do país, foram registrados 92,5 mil óbitos no mesmo período – sendo 19,2 mil apenas em Santa Catarina.
A pandemia sob a ótica de uma profissional da saúde
Desde os primeiros dias da pandemia do novo coronavírus, profissionais da saúde se esforçam de forma incansável para ajudar as pessoas nesse momento delicado que o mundo está passando. Horas, dias e semanas de plantões carregados de emoção e novas experiências. Após muita espera, em janeiro de 2021 a vacinação contra a Covid-19 começou em Santa Catarina. A partir deste momento, o trabalho destes profissionais só aumentou.

Com a testagem de casos suspeitos e a vacinação em andamento, a rotina dos enfermeiros e vacinadores dobrou. “Nosso dia a dia é bem corrido. Chegamos na unidade às 7h para organizarmos a vacinação do dia, onde deixamos as caixas de vacina ambientadas, e começamos a vacinação às 7h30. Realizamos a primeira e a segunda dose, fazemos busca ativa dos faltosos”, relata a vacinadora Simone Machado Brandt.
Mesmo com a rotina desgastante, os profissionais da área trabalham com a esperança de dias mais calmos e menos movimentados nas Unidades de Saúde com a vacinação avançando e o número de casos diminuindo com o passar dos dias.
A técnica de enfermagem Analu Lange comenta que o trabalho desenvolvendo neste período de tempo é muito satisfatório. “O sentimento que temos ao final de cada dia trabalhado é o de dever cumprido, pois cada pessoa imunizada representa uma esperança para o controle desta pandemia”, explica.
Vacinação maior entre os jovens
Conforme a campanha de vacinação avança em Santa Catarina, os profissionais da saúde verificaram uma tendência interessante. Em diversas cidades, foi verificada uma aceitação maior da vacinação pelo público jovem. Segundo quem está na linha de frente da campanha, as pessoas com mais idade são mais resistentes na busca pelo imunizante.
“O que percebemos de diferença entre os idosos é que eles têm mais resistência para receber a vacina pois muitos deles nunca se vacinaram. (Eles) também perguntam mais sobre a vacina, qual estão tomando e os efeitos colaterais”, explica a vacinadora Simone.
Segundo os profissionais da saúde, um fator que pode estar contribuindo para esta resistência maior de parte do público idoso para se vacinar é a proliferação das notícias falsas que são propagadas, geralmente, pelas redes sociais.
Diversas histórias foram vivenciadas pelos profissionais da saúde durante todo esse período de combate ao novo coronavírus. Entre xingamentos e agradecimentos, eles estão, desde a pior fase da pandemia, se esforçando para ajudar a população a enfrentar este momento de desafio para todos. Entre um teste positivo, uma morte e uma vacina aplicada, há alguém por trás fazendo o seu papel.
Repórter: Luana de Oliveira.
Editor: Emanuel Pamplona Reinert.