A 38ª edição da Oktoberfest apresentou uma série de apresentações musicais. Durante o mês de festa, diversas bandas participaram do evento, representando Blumenau e sua região, enquanto outras vieram de diferentes partes do Brasil. Este ano, a festa celebrou a cultura alemã e incorporou influências musicais diferentes em suas músicas.
Juliana Brandt, guitarrista e produtora da banda Madame Frau, relembra o início da banda em 2019.
“A ideia inicial era para apenas um show e deu tão certo que não paramos mais. A conexão entre as meninas, a musicalidade, sobretudo, a vontade de continuar o projeto foram fatores decisivos para que a banda deslanchasse”.
Juliana Brandt
O grupo, composto somente por mulheres, manteve sua presença no mercado musical através da união da equipe e da intenção de incorporar elementos da cultura alemã em suas músicas.
Brandt destaca que enfrentaram desafios na carreira. “A formação exclusivamente feminina já é, por si só, um desafio imenso, além de termos sofrido preconceito com a formação, piadas de contratantes e, muitas vezes, até piadas sobre o estado civil.” No início, enfrentaram desrespeito durante suas apresentações, mas gradualmente conquistaram a admiração do público, tornando-se uma das bandas mais aguardadas da festa deste ano. Brandt explica a importância da Oktoberfest de Blumenau para a Madame Frau: “aqui vemos nossos amigos e familiares na frente do palco. Esse calor, esse incentivo é o que nos move e impulsiona para outras festas”, avaliou.
A festa não se limita apenas às músicas alemãs, mas também oferece diversidade musical ao incluir rock e músicas nacionais brasileiras, que são executadas com instrumentos alemães. Tete Rossi, coordenadora artística de eventos, enfatizou que essa inclusão musical não afeta a todos os gêneros musicais.
“Consideramos que a adoção de gêneros musicais diversos àqueles atualmente executados na Oktoberfest não teria efeito positivo, por causar perda de identidade da festa”
Tete Rossi
Através dessa seleção musical, a Oktoberfest busca manter a herança alemã e a diversidade cultural, mas sem a adoção de muitos gêneros musicais para que não seja comprometido o objetivo da festa.
Thiago Rubin, vocalista da banda Cavalinho, conhecida por sua música “A Marreca” e por tocar músicas tradicionais alemãs, também incentiva a diversidade de gêneros musicais na festa, incluindo o Rock n’ Roll. Ele comenta: “Não afeta. Até mesmo porque nossa cidade de Blumenau gosta muito de rock, né? Eu acho muito importante isso, até porque o lema da Cavalinho é ‘nosso alemão é rock’. Todas as músicas alemãs que tocamos têm aquela pitada, aquele tempero de rock”.
Rubin destaca que é possível incorporar diferentes gêneros musicais sem perder a essência da cultura alemã, como faz a banda, que mescla o rock com os clássicos alemães. Günter Philippi, vocalista e sócio proprietário do Banda dos Fritz, é totalmente a favor de ter outros estilos na festa. “Claro, com coerência. O rock em si já é presente nas Oktoberfests da Alemanha e mundo afora, e os outros estilos são uma forma de trazer um público maior”. O grupo Banda dos Fritz, originado em 2011 na cidade de São Paulo, prova isso com o seu maior hit “Blues do Alemão”.
A coordenadora Tete Rossi explica os critérios de seleção das bandas que se apresentam na Oktoberfest. “A escolha das bandas obedece a uma série de critérios, considerando a adequação ao tema da tradição germânica e o desempenho em avaliações realizadas em anos anteriores nos aspectos de musicalidade, repertório, apresentação e interação com o público. Além disso, levamos em conta o histórico de apresentações na Oktoberfest e a popularidade da banda”, afirmou. As bandas escolhidas devem atender a esses critérios e alinhar-se com o estilo musical que a festa pretende proporcionar.

“A vinda de grupos estrangeiros sempre constituiu uma das atrações da Oktoberfest. Além de oportunizar ao público o contato com músicos e grupos originários de países de língua alemã, que muitos já conhecem por meio de plataformas de vídeo e streaming também proporciona a possibilidade de intercâmbio entre músicos locais e estrangeiros, que trocam experiências e conhecimento na área”
Tete Rossi
Segundo a coordenadora, esses grupos desempenham um papel essencial na promoção da cultura alemã, sendo uma das atrações mais aguardadas da festa.
Por: Matheus Lavall de Oliveira e Gusthavo de Oliveira