Moda Sustentável ganha cada vez mais espaço no bolso do consumidor

Hoje em dia os consumidores querem marcas que pensem no meio ambiente e usem uma mão de obra justa – Vanessa, Mundo Barth

Júlia dos Santos

indústria da moda é uma das que mais poluem o meio ambiente. Além da produção, roupas são deixadas de lado a cada novo lançamento, mesmo estando bem conservadas. Só no ano de 2017, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o setor têxtil e de confecção brasileiro fechou o ano com um faturamento de R$ 144 bilhões, representando um crescimento de 5,6%, comparado
a 2016.

Além disso, segundo dados da ONU Meio Ambiente, anualmente se perde cerca de US$ 500 bilhões em descarte de roupas, que vão para lixões, aterros e não são recicladas. Vale ressaltar também que a indústria da moda, ainda conforme a ONU Meio Ambiente, é avaliada em cerca de US$ 2,4 trilhões, empregando mais de 75 milhões de pessoas no mundo inteiro.

Cerca de US$ 500 bilhões são perdidos anualmente em descarte de roupas
Foto: Divulgação Mundo Barth

Com esse consumismo e a grande preocupação em cuidar do meio ambiente, evitando a poluição e o descarte desnecessário, existe a moda sustentável, que consiste em preservar o meio ambiente, desde a produção até o descarte das roupas que estão novas, doando para um brechó, por exemplo.

Pensando nisso, a estilista Sara Fernanda Amorim Pivato, de Blumenau, decidiu que após sete anos trabalhando em empresas têxteis, queria inovar no mundo da moda, querendo focar na sustentabilidade, para poder fazer diferente e melhor, criando, assim, a marca Sara Fernanda, que entrega suas roupas no Brasil inteiro. “Vejo que o público comprou a ideia da marca. As pessoas precisavam ver e entender o conceito Slow Fashion, e saber que isso tudo tem a ver com a sustentabilidade e a durabilidade de seus produtos”, afirma.

Sempre gostando da ideia de reutilizar materiais, a estilista busca utilizar tecidos e aviamentos de alta qualidade, sempre testados antes de serem desenvolvidos e priorizando os fornecedores locais.

Sara também explica que para manter um guarda-roupa sustentável, é importante optar por produtos com cores neutras e que nunca saem da moda, comprando o que sempre será usado com facilidade: “tive algumas clientes que depois de conhecerem a marca, voltaram e falaram que se interessaram pelo conceito que a marca traz. Acabaram pesquisando mais sobre o assunto e hoje elas também aderiram esse conceito
que é o movimento Slow Fashion”.

Brechós também são uma opção sustentável

Nos últimos anos, brechós estão surgindo cada vez mais e são um grande aliado na moda sustentável. Em Blumenau, o Mundo Barth surgiu com o intuito de conscientizar as pessoas a doarem suas roupas, que muitas vezes estão novas, como explica a proprietária e estudante de moda, Vanessa Denise Barth Carvalho: “muitas peças aqui no Mundo Barth eu recebo com etiqueta, então se você tem problemas em consumir peças usadas, você pode ir em um brechó para consumir peças novas também, mas todas, claro, de segunda mão”.

Vanessa explica que sempre tinha a vontade de abrir uma loja e em 2017 ouvindo seus professores da faculdade falando sobre toda a poluição que a indústria têxtil causa no meio ambiente, decidiu abrir no brechó: “a princípio era para ser só para amigas e conhecidos, e durante o tempo ele foi crescendo e eu fui comprando mais araras e cabides. Hoje em dia eu chego a ter mil peças na loja”.

A marca Mundo Barth está cada vez mais se fortalecendo por ser sustentável. Além de ser algo inovador, ajuda o meio ambiente. “Hoje em dia os consumidores querem marcas que pensem no meio ambiente e usem uma mão de obra justa”, afirma a proprietária.

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