Escolinha de futebol integra haitianos em Rio do Sul

Arthur Hoffmann

Quem passa pelo Estádio Municipal Alfredo João Krieck, no bairro Canoas, em Rio do Sul, mal percebe a movimentação de escolinhas de futebol para crianças e adolescentes. É lá, onde nas terças e quintas-feiras pela manhã acontecem os treinos, inclusive envolvendo a inclusão de haitianos. O trabalho coordenado pelo professor Adolfo Paulo Assis, o Paulão, tem objetivo inserir e oportunizar a participação de imigrantes no futebol. 

Atualmente, três haitianos treinam no espaço. Um deles se destacou durante o treinamento e joga na equipe que disputa o Campeonato Municipal local. Outro que desponta é Scott Cemelus, de 14 anos. Natural de Porto Príncipe, começou os treinos há dois anos após ouvir indicações do amigo da escola. Segundo Scott, na escolinha ele se encontrou. “Aprendi bastante e estou muito feliz. Antes, no Haiti, não sabia jogar futebol e agora quero ser jogador profissional”, resume o adolescente.  

O técnico Paulão, atuante em Rio do Sul há mais de 15 anos e com vasta experiência profissional em grandes clubes do futebol nacional,  comenta que,  além dos treinos, busca viajar para amistosos e competições com os atletas para eles conhecerem outros locais. 

“O futebol tem um lado social muito forte e receber alunos de outras nacionalidades é motivador, porque instiga os meninos a conversarem com eles, participar das atividades e dessa forma vamos abrindo novas portas para quem chega no Brasil muitas vezes sem amparo”, explica o treinador.  

A escola recebe  aproximadamente 80 crianças.  As melhores condições de vida que os imigrantes encontram no Brasil também influenciam no trabalho, segundo o profissional. “Eles vem por necessidade e acabam encontrando empregos.  São comunidades muito unidas e isso ajuda nosso trabalho, porque eles têm um respeito enorme pelo nosso país e pelas pessoas. É prazeroso poder ver a evolução deles em diferentes aspectos, como no idioma, por exemplo”, finalizou.

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