Com a combinação inédita entre duas das maiores festas do mundo, as danças folclóricas alemãs ganharam um palco espetacular, no qual 24 grupos garantiram a celebração vibrante e a preservação da herança germânica
Este ano, uma nova atração foi destaque na maior festa alemã das Américas: o Festival de Danças Germânicas da Oktoberfest. O evento resultou da parceria com um dos maiores eventos de dança do mundo, o Festival de Dança de Joinville. A união entre os festivais reuniu grupos de diversas partes do estado e reforçou as raízes da cultura germânica na região.
As apresentações folclóricas aconteceram no Ginásio Galegão, local que não era utilizado desde 1998 pela festa. Nesta edição, o espaço remeteu aos pavilhões da Oktoberfest de Munique e foi palco do Festival de Danças Germânicas da Oktoberfest, com 24 grupos participantes e 122 apresentações. O festival reuniu modalidades como: Dança Coletiva Cultural (Adulto e Sênior); Schuhplattler (Coletivo e Solo); Dança Coletiva Cênica (Adulto); Duo Valsas e Duo Rheinländer.

“Nós estamos juntando as duas maiores festas de Santa Catarina, os maiores festivais do Brasil. Juntando também a dança, que é, talvez, a manifestação artística mais antiga da humanidade. E cerveja… você tem cerveja, que há resquícios do tempo dos sumérios há 8.000 anos. Então, nós estamos colocando juntos duas festas enormes e duas tradições muito grandes, a cerveja e a dança”, comentou o presidente do Instituto Festival de Dança de Joinville, Ely Diniz, sobre a relevância da integração desses dois grandes eventos.
Os primeiros registros de danças folclóricas alemãs surgem no século XII, após a criação do Reino Alemão no século X. As danças frequentemente refletiam o cotidiano vivido na época, crenças e eventos históricos. Já no Brasil, especialmente na região sul, os grupos folclóricos germânicos surgiram muitas vezes ligados a escolas e clubes de caça e tiro, como uma forma de manter viva as tradições e a identidade dos antepassados imigrantes.
O evento reforçou a conexão da cidade com as tradições alemãs ao apresentar para a população as danças típicas folclóricas da região. Um dos participantes do grupo Germânia, Diogo Evandro Bauler, 34, contou que os grupos folclóricos buscam representar as tradições que vem dos antepassados. “É muito prazeroso participar das Danças coreografadas e sentir que o público gosta e interage com o que está acontecendo”, comentou Diogo.

Para os participantes da festa, o Festival de Danças Germânicas da Oktoberfest é um ótimo incentivo para a nova geração se interessar pela música e dança alemã e continuar mantendo viva a cultura dos antepassados. “Assistindo às apresentações, a principal impressão que tenho é a dedicação do pessoal em manter a cultura da dança alemã na região, é muito legal ver esse empenho para manter essa chama viva”, relatou o músico de Blumenau Rafael Girardi, 43.
Durante as apresentações, não estão apenas os passos de dança, mas também a autenticidade visual e sonora que compõe o espetáculo. Os participantes vestem os tradicionais trajes típicos alemães, que variam em detalhes regionais, simbolizando não só a herança cultural, mas também a região de origem das coreografias. A música, executada por bandas com instrumentos típicos dita o ritmo acelerado e alegre das coreografias. É a união desses elementos que cria a atmosfera imersiva e vibrante do festival.
De acordo com o secretário da Cultura de Blumenau, Sylvio Zimmermann Neto, o festival é uma manifestação cultural, e que a Oktoberfest, ao longo dos anos, tem melhorado, principalmente nesta edição no qual consegue criar um pavilhão específico para a cultura alemã. Além disso, o evento proporciona um ambiente em que a população pode participar e mostrar que de fato a Oktoberfest é a festa da cultura.
Por: Andressa Gutz, Caroline Maria Sacani e Maria Luiza Feller Nunes