Evento destaca tradições e reencontros históricos dos 150 anos da chegada dos italianos em Santa Catarina
A cultura italiana tomou conta de Blumenau com a 30ª Festitália, que celebra os 150 anos da grande imigração italiana. Nesta edição comemorativa, a abertura contou com um momento simbólico, que emocionou o público presente.
Integrantes do Lira Circolo Italiano di Blumenau, tradicional representante da cultura italiana na cidade, protagonizaram uma encenação tocante. Vestidos como imigrantes recém-chegados, eles surgiram discretamente entre o público, representando os italianos que desembarcaram no Brasil no final do século XIX em busca de novas oportunidades. Aos poucos, os personagens se dirigiram até a frente do palco, onde se encontraram em meio a abraços, sorrisos e lágrimas, simbolizando o reencontro de famílias separadas pela travessia do oceano.
“Foi uma emoção muito grande. A sensação que a gente tem é de estarmos representando os nossos antepassados. Nós entramos na emoção, da despedida, na sensação de se desligar da Itália e saber que não irá retornar. Então é realmente emocionante, para mim e para todo o grupo. Já é a terceira vez que fazemos essa representação. Cada vez é uma emoção nova que passamos”
Marilúcia Mattedi, integrante do Lira Circolo Italiano di Blumenau
A representação marcou não apenas o início da festa, mas também reforçou a memória coletiva da imigração, despertando no público um sentimento de pertencimento e orgulho. “Foi pesado e emocionante, porque todas as despedidas de sua pátria são sofridas. E como os italianos não conquistavam mais nada, aqueles que podiam estudar e realizar pesquisas, decidiram se mudar da Itália. O problema é que ninguém deve ter pensado que 36 dias dentro do porão de um navio em alto mar iria deixar muita gente doente. É algo horrível. E é realmente emocionante relembrar tudo isso”, enfatiza Lori Petersen Moser, também integrante do Lira Circolo.
A 30ª Festitália promete ser uma edição histórica, não apenas pela data comemorativa dos 150 anos da imigração, mas pelo sentimento de reencontro. Uma verdadeira celebração das paixões que unem famílias, histórias e culturas.
Por: Andrei Felipe Imthurm e João Pedro Mussoi Brandão