Projeto Bugio transforma educação ambiental em jogo eletrônico

A iniciativa é uma parceria entre Universidade Regional de Blumenau (FURB) e Prefeitura de Indaial e visa a conscientização sobre a fauna

Você já ouviu falar do jogo “Macacadas”? O aplicativo que combina entretenimento e educação foi desenvolvido com o objetivo de tornar a educação ambiental divertida e tecnológica. A referência para a criação do jogo foi o Projeto Bugio, uma colaboração entre a Prefeitura de Indaial e a FURB, que tem como objetivo proteger os macacos bugio-ruivo, ameaçados de extinção em Santa Catarina. O projeto acolhe animais que chegam por meio de ocorrências atendidas pela Polícia Militar Ambiental. Profissionais e voluntários cuidam de atividades como a alimentação adequada dos primatas, assistência médica, pesquisas científicas, entre outros.

A plataforma oferece quatro opções de jogos:

• Quiz – com perguntas sobre as características dos bugios.

• Qual é o som? – desafio em que o jogador deve decifrar a espécie do primata apenas pelo som emitido.

• Jogo da memória – apresenta diferentes espécies de macacos, testando a agilidade do jogador.

• Visão primata – diferente das outras experiências, essa opção traz a possibilidade de enxergar o mundo com visões dicromáticas e tricromáticas.

Jogo “Qual é o som?”, do aplicativo Macacadas. Créditos: Jogo Macacadas (Google Playstore)

Conscientizar e Preservar

De acordo com Vítor Gonçalves, voluntário no projeto e estudante no curso de Ciências Biológicas da FURB, “Há uma grande preocupação com a preservação dos animais nativos de nossas regiões. É de extrema importância e urgência que paremos para olhar e pensar nisso. Eles são ameaçados por vários fatores externos, sendo a grande maioria de natureza humana. ‘Observar, estudar e preservar para manter nossa biodiversidade’ é a frase que levo como um lema.”

Para Zelinda Maria Braga Hirano, criadora do projeto e bióloga, o jogo contribui para a educação ambiental e enriquece o conhecimento sobre a preservação da fauna: “Nós realizamos um trabalho de conscientização com toda a população. Quando estávamos na fase de pandemia, não tínhamos como levar os materiais até as crianças. Foi então que surgiu a ideia de conscientizá-las através de joguinhos. É uma forma de ensinar a ciência de maneira lúdica.”

Com o sucesso na produção do aplicativo, Zelinda prevê o desenvolvimento de novos jogos, desta vez, focados na conscientização sobre outros animais.

“O Brasil é o país que tem a maior diversidade de primatas do mundo, e pouco se educa sobre eles”

Zelinda Maria Braga Hirano
Zelinda Maria Braga Hirano, criadora do projeto e bióloga. Créditos: Pet Biologia FURB, 2016

Amor aos Bugios

Além de continuarem com os estudos do projeto, Vitor e Zelinda se divertem e desenvolvem um vínculo afetivo com os primatas. Isso acontece porque, na maioria dos casos, os bugios chegam ao projeto ainda muito jovens e passam toda a sua vida sob os cuidados dos profissionais.

O estudante compartilha suas experiências: “O bugio (Alouatta guariba clamitans) com o qual tive mais proximidade foi o Arthur, um recém-nascido resgatado de uma apreensão. Também tive um contato próximo com o bugio (Alouatta caraya) chamado Toby, o segundo animal com o qual tive mais interações durante os manejos.”

Já Zelinda, conta a história do primeiro primata que teve contato, Fofão da Pedreira: ‘Ele era incrivelmente belo e maravilhoso. Foi o primeiro bugio que eu conheci, e o acompanhei por 32 anos até que ele morreu de febre amarela”.

Cada bugio tem sua própria personalidade e uma história única, e o Projeto Bugio se dedica a acompanhar e dar nomes a todos os macacos que passam pelo cativeiro. Abaixo, você pode conferir alguns deles:

Divulgação das espécies atendidas pelo Projeto Bugio. Crédito: Projeto Bugio (Instagram)

No Instagram do Projeto Bugio é possível acompanhar as atividades realizadas, além de acessar informações sobre as possibilidades de voluntariado, a bolsa de ensino, pesquisa e extensão em parceria com a FURB. Os interessados podem baixar o jogo “Macacadas” nas redes sociais do projeto e também nas plataformas do aplicativo Google Play Store.

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