Com 40 anos de carreira, artista revive memórias e destaca a importância de manter viva a herança cultural italiana através da música
A paixão pela música atravessa décadas na trajetória de Valmir Bertotti, que encontrou no canto uma ponte entre suas raízes italianas e o palco. Com 40 anos de carreira, o tenor nascido em Nova Trento (SC) tornou-se figura tradicional em eventos voltados à cultura italiana no estado. Sua voz já ecoou em dezenas de festas, entre elas a Festitália, na qual emocionou novamente o público durante a 30ª edição.
Descendente de italianos, Valmir teve seu primeiro contato com a música aos nove anos, quando entrou para o Coral Infanto-Juvenil de sua cidade natal. Ali, percebeu que a música não seria apenas um hobby. Como solista em diversas canções, ganhou destaque e, pouco tempo depois, venceu dois festivais locais de canto. Aos poucos, a voz que surgia no interior do estado foi atravessando as divisas de Santa Catarina.
“Comecei a cantar com oito, nove anos. Hoje estou com 55 e já são 40 anos dedicados à música. Já participei de umas dez edições da Festitália desde a década de 90”.
Valmir Bertotti
Que tem um carinho especial pela festa realizada em Blumenau. “Já participei de umas dez edições da Festitália desde a década de 90”, lembra.
Em 1990, participou de um curso no Teatro do CIC, em Florianópolis, com a mezzosoprano Tereza Simas Aguiar. Mais tarde, continuou os estudos com nomes como Kalinka Damiani e o tenor Fernando Tadeu De Carli. Suas apresentações também passaram por importantes palcos, como o TAC e o auditório da Eletrosul.
Seu repertório é recheado de clássicos italianos. “Minhas principais influências são o Luciano Pavarotti, o Andrea Bocelli e o Gianni Morandi. São cantores que admiro muito”, afirma.
Valmir já esteve presente em festas como a Incanto Trentino, em Nova Trento, a Fenarreco, em Brusque, e a Festa do Imigrante, em Timbó. Ao todo, são mais de 20 eventos culturais nos quais sua presença tornou-se recorrente.






Para ele, iniciativas como a Festitália têm papel essencial na preservação da herança italiana. “É um evento que resgata a cultura italiana e é muito bom divulgar essa música através da cultura e do canto”, afirma.
Sobre o futuro da música italiana no Brasil, o tom é de esperança. “Espero que, de repente, se abranja mais, que seja mais divulgado, que tenha mais espaço para o cantor italiano aqui no Brasil”, diz.
A expectativa de Valmir é que novas gerações também possam conhecer e valorizar esse repertório que, para ele, é parte essencial da identidade cultural brasileira.
Por: Caroline Raiser