Inspirado nos carnavais de Veneza, tradição italiana foi animada com músicas brasileiras
A Noite de Máscaras transformou o Parque Vila Germânica em um grande salão de festa inspirado nas tradições do carnaval de Veneza, no norte da Itália. O momento, que integra a 30ª edição da Festitália, conta com máscaras estilizadas à venda logo na entrada do pavilhão principal e muitos colaboradores do evento já entram no clima e se caracterizam com trajes típicos do Carnaval de Veneza.



Inspiradas nos modelos da Commedia dell’Arte e em clássicos como a Bauta, que cobre integralmente o rosto, e a Colombina, mais ornamentada, as peças funcionam como um passaporte simbólico para uma experiência identitária. A proposta veneziana das máscaras é simples, mas potente: dissolver as fronteiras sociais, estimular o convívio e reviver a atmosfera dos antigos bailes, nos quais todos podiam se encontrar em condição de igualdade.
“As máscaras, além de um acessório, têm um significado bem complexo porque elas representam o anonimato, a liberdade, a transgressão social. Com o uso da máscara, muitas pessoas se libertam, até se transformam em outro personagem”
Marilucia Mattedi, diretora de cultura do Lira Circolo Italiano di Blumenau.
A Noite de Máscaras foi animada pelo Canto Daqui & Banda, Banda Mozzafiato e Italian Pop. A cenografia dos pavilhões, já conhecida pelo cuidado estético, ganha ainda mais protagonismo nesta noite. A iluminação, a decoração em madeira, as fitas vermelhas, verdes e brancas ornamentadas no teto e os elementos que remetem a vilarejos do norte da Itália criam um ambiente quase teatral para o baile.
Somada às máscaras, os longos vestidos, os trajes ornamentados típicos dos carnavais de Veneza, a ambientação transforma o espaço em um cenário vivo, em que o público pode fazer mais do que assistir, mas participar do espetáculo.
A Noite de Máscaras, pelo simbolismo, se consolida como um dos pontos altos da Festitália. Mais do que entretenimento, representa uma reinterpretação festiva da identidade italiana em sua essência. Em vez de cristalizar a tradição, ela a atualiza. “E, realmente, a partir do momento que a pessoa usa a máscara, ela se sente mais alegre, ela se solta e aproveita a festa”, completa Marilucia.
A Noite de Máscaras não é uma reprodução caricata da Europa, é uma reimaginação, feita sob medida para os descendentes, curiosos e apaixonados pela cultura italiana que imigraram para o Vale do Itajaí. Uma noite em que o passado se veste de presente e dança, de rosto coberto, sob as luzes da Vila Germânica.
Por: Cássia Paim e Victor Guerreiro